O Marketing sustentável (ainda) está verde?

Sustentabilidade é mais do que uma tendência. As empresas sabem que, para se manterem competitivas, têm de adotar práticas que permitam encontrar o equilíbrio entre crescimento económico e menor impacto ambiental e social. Os consumidores estão cada vez mais conscientes nas suas escolhas e procuram marcas que transmitam um compromisso real com a proteção ambiental e respeito pelas populações, porque sabem que é urgente gerir os recursos naturais para garantir o futuro das próximas gerações.

As alterações climáticas são uma certeza e, para reduzir a pegada ecológica, são várias as marcas e setores que modificam modos de produção, sistemas de distribuição e, até, formas de comunicação. Um forte exemplo disso é a indústria automóvel que, nas últimas décadas, para além incluir sistemas de redução de emissões CO2 nos automóveis a gasóleo e gasolina, aumentou consideravelmente a produção de automóveis híbridos e elétricos. É um facto que a legislação apertou bastante a atividade deste setor, mas as marcas também sabem que este é o caminho do futuro e, por isso, uma mudança essencial para manter ou fortalecer a sua imagem junto dos consumidores. 

Marcas como a Porsche investem forte nestas mudanças, desenvolvendo tecnologias para aumentar a autonomia dos seus modelos híbridos e elétricos. Atualmente, o Porsche Cayenne, o SUV híbrido da marca, garante 74km de autonomia no modo elétrico, enquanto o Porsche Taycan, 100% elétrico, reafirma o caráter desportivo, mas focando a sua comunicação nos 630km de autonomia que ele garante e promovendo-o como ideal para longas viagens. A SFC tem prestado diversos serviços ao Centro Porsche Faro, concessionário da marca no Algarve, nomeadamente nos eventos de lançamento de novos modelos e nas ações de ativação que leva a cabo em todo o Algarve. 

Neste campo da sustentabilidade, cada vez mais primordial, é importante inverter a célebre expressão “à mulher de César não basta ser honesta, é preciso parecer honesta”, ou seja, é importante que as marcas se comprometam a ser “mais verdes”, e não apenas que o aparentem. O conceito Greenwashing refere-se, precisamente, às marcas que se apresentam como sustentáveis ou amigas do ambiente, sem qualquer evidência que sustente essas afirmações e que, na verdade, nada fazem para atenuar a sua pegada ecológica. O impacto destas práticas, além nocivo para o ambiente, é acima de tudo, prejudicial à credibilidade dos setores industriais a que elas pertencem, porque pode gerar uma desconfiança generalizada.

Marketing e sustentabilidade são conceitos que serão vistos cada vez mais juntos, até porque, para além da preservação ambiental, uma política empresarial de sustentabilidade contribui para atrair novos clientes e fidelizar os existentes, melhorar a imagem e a reputação da marca e criar uma vantagem competitiva. A própria gestão da empresa pode beneficiar com estas mudanças, por exemplo, o teletrabalho fez repensar a tipologia dos espaços de escritório de muitas empresas, reduzindo a despesa com arrendamento e em muitas atividades, as inovações aplicadas ao embalamento sustentável dos produtos, diminuíram custos de produção e permitiram otimizar a cadeia logística.

A sustentabilidade é ainda fundamental no setor do turismo, a principal atividade económica do nosso país. Em 2022, a SFC produziu o “Algarve + Sustentável”, um evento organizado pela Vicentina – Associação para o Desenvolvimento do Sudoeste, cujo objetivo foi levar a cabo o maior evento de valorização do património natural e de divulgação do turismo de natureza da região, incentivando o debate, incrementando a sua promoção e divulgação e ainda partilhando boas práticas e conhecimentos. Veja o nosso filme sobre este evento:

Em conclusão, as alterações climáticas são cada vez mais notórias e uma atitude mais eficiente na utilização dos recursos é fundamental para enfrentar os desafios que as próximas décadas nos reservam. As marcas que adotem práticas sustentáveis estarão não só mais preparadas, como irão conseguir melhor reputação junto dos seus clientes. Há ainda um longo caminho a percorrer e é um facto que as metas para a descarbonização não têm sido cumpridas, que a pecuária continua um setor primordial neste caminho e que os mercados dos combustíveis serão sempre um fator destabilizador, económico, político e, obviamente, social.  Talvez seja caso para dizer que se espera que o marketing sustentável não esteja só mais verde, é preciso também que se torne mais maduro.

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